Musk compra Twitter: O que esperar do futuro da rede?
Nos últimos dias o mundo dos negócios digitais se viu alvoroçado com a notícia que a rede social Twitter aceitou a oferta “hostil” de compra de ações feita pelo bilionário, prestes a se tornar trilionário, Elon Musk.
Elon, que já possuía uma bela porcentagem das ações da rede, por várias vezes criticou a política de privacidade e publicidade implantada pela empresa, por interferir na liberdade de expressão de seus usuários, coibindo Fake News e discursos de ódio e preconceito.
Na última semana fez uma oferta pública hostil de compra das ações afim de se tornar dono da rede e assim alterar essa política, permitindo que os usuários tenham total liberdade ao expor ideias e ideologias.
O Twitter, que já vinha sendo muito criticado pela toxicidade, onde a cultura do cancelamento nasce, cresce e se reproduz, pode ter ainda mais liberdade para o caos.
Mas isso é bom ou ruim? A rede pode piorar ou melhorar?
Só o tempo dirá. Musk ainda não concretizou o negócio e tão pouco deu detalhes de como será a nova política de conteúdo e privacidade da rede. Temos que aguardar o andamento dos fatos. Mas, se o que vem se especulando sobre a liberdade total se concretizar teremos um barril de pólvora aceso.
Alguns teóricos da psicologia defendem a tese que com mais liberdade a sociedade se autorregula. Outros já afirmam que essa tese só é possível em ambientes de indivíduos com o mesmo nível sociocultural. Mas quem usa a rede em modo um pouco mais intenso, sabe que não há nivelamento sociocultural ou intelectual, e está cético que a notícia de mais liberdade trará benefícios a rede.
Moderação. A palavra que sempre foi sinônimo de virtude e equilíbrio, rapidamente foi travestida em um conceito de cerceamento de liberdade de expressão.
A famosa frase sobre a tolerância “Se há dez pessoas em uma mesa, um nazista chega e se senta, e nenhuma pessoa se levanta, então existem onze nazistas numa mesa”, vem sendo cada vez mais atual e necessária para exemplificar o perigo de se permitir que qualquer ideia ou ideal seja livremente compartilhado.
Afinal, da mesma forma que o bom conteúdo ganha apoio e engajamento, outros discursos, por mais absurdos, tóxicos ou violentos que sejam, encontra um ambiente livre para ser propagado, este ganhará alcance para atingir outros que concordam e compartilham da mesma ideia.
E assim, normalizando absurdos, daremos início ao caos.