Coringa de Deputado custa caro e não serve pra nada
As regras da sucessão política são muito curiosas neste país. Além do famigerado Coeficiente Eleitoral que elege representantes com mínimos votos enquanto deixa de fora representantes com votações expressivas (democracia da minoria), ainda cria aberrações como o do nosso ilustre deputado de 30 dias, Ademar Vieira Junior, o Coringa (PSD) .
A coincidência com o apelido perde a graça quando se percebe que por culpa de um calendário sem sentido, um suplente de deputado acaba sendo nomeado por poucos dias apenas para compor vagas deixadas por parlamentares nomeados para cargos no executivo ou que tiveram suas candidaturas impugnadas após as eleições.
Coringa deixou cargo de Subsecretário de Direitos Humanos na Prefeitura de Campo Grande para assumir a vaga de Mandetta (DEM) que não concorreu a reeleição e foi nomeado Ministro da Saúde de Bolsonaro.
Como não tem tempo para apresentar projetos e costurar alianças, tem tentado chamar atenção de qualquer autoridade e até mesmo da primeira dama, que foi abordada em evento em Brasília, e visivelmente constrangida por desconhecer a figura, ouviu pedidos do Deputado em um momento apenas de cumprimentos.
O mais justo seria manter a cadeira vaga até a posse do novo Congresso no dia 1 de fevereiro. Pouparia dinheiro do contribuinte, constrangimento para o suplente e a paciência das autoridades.
Vale lembrar que o deputado receberá no mínimo 33 mil reais para o passeio pelo Congresso… podendo chegar a quase 100 mil caso consiga receber todas as regalias extras que o cargo prevê, mas depende da decisão do Congresso pagar ou não, por ser um mandato tampão.